http://www.youtube.com/watch?v=IEC_EGNHFso
http://www.youtube.com/watch?v=ehM6e5R5Nh4
quinta-feira, 11 de março de 2010
terça-feira, 9 de março de 2010

”...Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...”
O Navio Negreiro, Castro Alves
Tantos anos se passaram do canto triste do poeta romântico e ele ecoa tão vivo, não em navios ou galeras, mas nos becos das favelas, das filas de mau atendimento, do desprezo aos menos favorecidos: pretos, pobres, deficientes, índios, orientais, judeus...
A literatura documenta as origens de tanto ódio aos desprezados, retirados de seus lares expostos à escravidão. Mas e se pensarmos, ainda não se escraviza, se rotula, se julga, quais chicotes estalam-se na nossa sociedade global? Do desemprego e do sub-emprego, dos salários reduzidos, do desreipeito e do racismo velado, entre tantos outros.
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